Header Ads

Instituições do Estado têm portais de internet desactualizados há anos

As páginas da maior parte das instituições públicas do País, nomeadamente ministérios, estão desactualizadas, quando outros há que nem sequer páginas na internet possuem, segundo a pesquisa do Vanguarda.

A informação mais recente do portal dos Serviços de Migração Estrangeiro (SME), por exemplo, órgão sob tutela do Ministério do Interior, data de 2012, e apresenta como comandante geral da Polícia Nacional o comis- sário Ambrósio de Lemos, e como ministro do Interior Eugénio Laborinho, quando este já é o governador de Cabinda.

Ainda no portal do Ministério do Interior, a informação mais recente que lá se encontra data de 02 de Julho de 2015, por altura da Cerimónia de abertura do Conselho Consultivo Alargado do Serviço de Investigação Criminal (SIC).

No Ministério da Juventude e Desportos, por sua vez, a última notícia é de Março deste ano, enquanto as demais notícias já são de 2015, tal como o caso do Ministério da Construção e Obras Públicas cuja notícia mais re- cente é de Dezembro de 2017.

Passando pelos portais do Ministério da Educação, a informação mais recente se refere a Janeiro deste ano.

Mas há quem nem sequer tenha a sua página disponível, e sem por esse facto fornecer justificação alguma, como é o caso do Ministério da Agricultura.

Na página do Ministério da Defesa Nacional, a última notícia é de 17 deste mês, tal como na página do Ministério das Relações Exteriores.

Porém, o Ministro de Estado e do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, nem sequer tem página na internet.

O Ministério do Ordenamento do Território e Habitação é outro que nem sequer é possível aceder ao mesmo, a mesma dificuldade encontra-se no Conselho de Ministros. De todos os ministérios, saliente-se, os que têm informação mais actualizada é o das Finanças, seguindo-se o da Administração do Território e Reforma do Estado MAT).

Depois destes segue-se um leque de instituições cuja informação nos seus sítios da internet datam de Setembro último.

Na página da Casa Civil do Presidente da República - http://www.prcasacivil.co.ao - aparece José Eduardo dos Santos nos principais marcos. Em nenhum momento faz- se menção aos actos de governação de João Lourenço após um ano de mandato.
Os discursos, comunicados, disponíveis, remetem a JES. Os relatórios do Executivo, como peças do OGE, datam de 2012. Carolina Cerqueira é ainda apresentada como ministrada Comunicação Social.
Jorge Cardoso, especialista em projectos tecnológicos, considera ao Vanguarda que “Angola ainda está muito atrasada em termos de governação electrónica”, cujas instituições ou não têm páginas na internet, ou as páginas estão simplesmente desactualizadas.
Esclarece que, na ausência de uma página na internet a que os utentes possam recorrer, resta apenas o atendimento físico, que sendo burocrático, propicia males como a corrupção. Aliás, segundo Jorge Cardoso, a corrupção é das grandes consequências resultantes da ausência de uma governação electrónica, ou governação electrónica deficiente.

Como salienta, além da corrupção, a inoperância dos sites retrai os investidores, nomeadamente estrangeiros que, a partir dos seus países, poderiam recorrer às páginas disponíveis na internet para se informarem acerca de Angola. “Muitas vezes, as pessoas andam de um lado para o outro à procura de soluções para os seus problemas, e não con- seguem, mas com um portal actualizado, li- mitavam-se a recorrer à internet sem se des- locar”, diz Jorge Cardoso, para quem “ter portal e não ter informação actualizada, é o mesmo que não ter”.

Diz também que a criação de um portal deve sempre ser vista como um investimento, que ajuda a poupar tempo, energia e dinheiro.

Qualquer cidadão que já se deparou com burocracia, gastou tempo e dinheiro, e às vzes nem sequer conseguiu resolver o seu problema, pois há sempre a criação de um portal como mais valia, alerta Cardoso, já que uma outra vantagem do portal é o facto de dispen- sar intermediários, quando reúne informa- ção necessária.

A falta de páginas na internet que ofereça informação relevante e actual sobre o País, ou a disponibilização de informação a tem- po, é dos aspectos que prejudicam a imagem de Angola, dentro e fora, segundo o docente universitário e autor da obra Marketing e Comunicação, João Demba.

“A percepção que temos é de que, grande parte das plataformas da internet é gerida por pessoas sem valências para tal”, consta- ta, justificando a sua observação com a for- ma como os sites estão estruturados e ac- tualizados. Para ele, em muitos casos falta um plano de comunicação.

O docente universitário acrescenta que, gerir sites institucionais é diferente de gerir uma página do facebook e do watsap, como outras redes sociais.

Sem comentários

Com tecnologia do Blogger.