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RIL ‘derraparam’ em Dezembro e atingem valores mínimos em 7 anos

Apesar da ‘corrosão’ progressiva, as RIL ilustram a capacidade da economia angolana suportar os fenómenos adversos causados pela crise económica.

As reservas internacionais líquidas (RIL) atingiram, em Dezembro de 2018, a cifra mais baixa nos últimos sete anos, ao fixaram-se em 11,121 mil milhões USD, apurou o Vanguarda, na informação estatística publicada,recentemente, pelo Banco Nacional de Angola (BNA).

O montante actual das RIL (11,121 mil milhões USD) reflecte uma contracção de, aproximadamente, 6,6% entre Novembro a Dezembro de 2018, segundo cálculo do Vanguarda. A diminuição das reservas do BNA cimenta a ‘corrosão’ progressiva que se verifica desde 2015, impulsionada pela queda do preço do crude no mercado mundial e saída dos bancos respondentes no sistema bancário angolano. Em Novembro as RIL estavam cotadas em 11,911 mil milhões USD, se tinham valorizado 2%, face a Outubro de 2018. Mas estavam abaixo do montante referente a Setembro (11,943 mil milhões USD).

As RIL atingiram o valor máximo em Maio (14,397 mil milhões USD). Antes de Dezembro, o BNA registou o mínimo em Outubro (11,673 mil milhões USD). O valor referente a Outubro tinha sido o mais baixo dos últimas sete anos, o que terá suscitado a preocupação de economistas, mas sempre estiveram optimistas, relativamente às políticas e estratégias do banco central, que desde Janeiro do corrente optou por um regime cambial flutuante, abdicando do fixo, considerado inadequado pelas políticas que se pretendem.

“Houve um aumento da venda de divisas por parte do BNA, acompanhado pelo acréscimo das importações, principalmente de bens de consumo. Também há uma estabilização do mercado cambial. Estas acções do banco central reduzem as RIL”, aludiu Paulo Araújo, macroeconomista, que considera certa as medidas de política monetária.

Na perspectiva do economista, contactado pelo Vanguarda, o banco central está a fazer valer o papel das RIL que é de “proteger a economia e garantir a estabilidade do sistema financeiro, sobretudo bancário, tendo em conta o momento, marcado por uma crise económica e financeira.

O economista acredita na preservação das RIL, apesar de “haver uma tendência de sob valorização do preço do petróleo no mercado internacional. Temos a certeza de que no início do próximo de 2019, o barril do crude possa estabilizar e ser vendido acima dos 50 USD”. “Os indicadores macroeconómicos são favoráveis a uma recuperação da economia que será impulsionado pela indústria petrolífera e certamente será acompanhado pelo sector não petrolífero, resultante das políticas implementadas para diversificação económica”, afirmou, mostrando-se defensor das políticas implementadas pelo BNA.

Apesar da ‘corrosão’ progressiva, as RIL ilustram a capacidade da economia angolana lidar com situações que podem deixar o mercado financeiro instável, defende Emmanuel Duarte, economista, afirmando que “as reservas internacionais líquidas também podem ajudar a controlar a flutuação do valor da dívida pública, inclusive na emissão de moeda”. O também economista considera suficientes o valor das RIL para garantir os cinco meses de importação, “apesar de haver defensores da manutenção de elevadas reservas em bancos centrais, como forma de garantir a estabilidade financeira em fase de crise”. Ainda explicou que o banco central pode manter o valor do Kwanza, através da venda das RIL, estratégia conhecida por manipulação do mercado cambial. “Apesar da escassez de divisas que se verifica na economia; hoje há maior oferta de cambiais, comparativamente aos dois últimos anos. Os dados do BNA confirmam”.

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