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BPC inicia processo de concessão de crédito

O Banco de Poupança e Crédito (BPC) tem disponível cerca de 120 milhões de dólares, para financiar projectos de empresas (principalmente pequenas e médias empresas) e também algumas ligadas ao micro-crédito, informou em Luanda, o seu presidente do conselho de administração da instituição, Alcides Safeca.

Ao falar num encontro com as associações empresariais do sector produtivo, informou que esta linha de financiamento resulta de uma disponibilidade que o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) concedeu ao BPC no valor de 320 milhões de dólares , dos quais o primeiro desembolso no valor de 120 milhões de dólares já ocorreu.

"São estes 120 milhões de dólares que estão neste momento disponíveis", disse.

Esta linha está disponível apenas para os sectores da agricultura, pescas, indústria, energia e águas e alguns outros ligados aos projectos de micro- crédito.

Entretanto, dada a situação actual do banco e enquanto não for concluído o processo de reestruturação, disse, este reinicio vai ser de forma faseada e cautelosa.

Neste momento, o Banco tem disponível para os particulares o produto BPC/Salário e para as empresas apenas linha de financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento.

Como requisito para ter acesso ao crédito, o interessado deve estar em conformidade legal e fiscal, apresentar estudo de viabilidade económica do projecto, avaliação de impacto ambiental e social e não possuir divida com Estado.

O presidente da Associação dos pescadores do Namibe, Jorge Hilário de Sousa, disse que as pescas têm estruturas em terra que precisam de modernizar a sua frota, mas os requisitos exigidos constituem o grande problema. A associação vai apoiar os associados interessados na apresentação da documentação necessária.

O presidente da Federação das Associações Empresarias de Luanda, Carlos Kandov, referiu que a maior parte das empresas estão descapitalizadas, ao mesmo tempo que o próprio Estado também está em dívida com algumas empresas, daí ser difícil concorrer para o crédito.

O Banco de Poupança e Crédito está a passar por uma reestruturação, situação que obrigou ao banco a não conceder empréstimos, quer a empresas quer a particulares.

Este processo tinha por base o saneamento do seu balanço que passava também pelo saneamento da carteira de crédito em incumprimento ou mal parado. O processo de saneamento do crédito mal parado iniciou em 2017 (primeira fase) e foi concluído em Junho deste ano.

O gestor do Banco de Poupança e Crédito explicou que as condições do crédito já não são as habituais, já que o banco antes concedia crédito a 100 por cento do projecto, e nesta linha vai conceder apenas o correspondente a 80 por cento do projecto, pelo que os promotores deverão ter disponíveis recursos para financiar o remanescente correspondente a 20 por cento.

“O Banco vai dar início a concessão de crédito, tendo em atenção que durante o período que vinha negociando com a Recrédito o repasse de parte da carteira foi trabalhando na reestruturação e reorganização interna que visou não só reestruturar as áreas comerciais, mas também definir novos critérios e novas metodologias para o processo de concessão de crédito”, disse.

O activo total do BPC está avaliado em 1,399 biliões de kwanzas (7,8 mil milhões de euros). O BPC conta com mais de 5.200 trabalhadores e 400 agências para um total de clientes superior a 2,2 milhões, mas viu os resultados líquidos descerem quase 7% de 2014 para 2015, para 8.289 milhões de kwanzas (46,7 milhões de euros).

Do total de crédito contabilizado até ao final de 2015 pelo BPC, 218.418 milhões de kwanzas (1,2 mil milhões de euros) correspondiam a crédito vencido, por sua vez um aumento de quase 84% igualmente em dois anos e 16,1% tendo em conta o registo de 2014.

Em Setembro de 2016, o Estado emitiu títulos no valor de 231.127 milhões de kwanzas (1,3 mil milhões de euros) em dívida a favor da Recredit - sociedade pública criada para gerir alguns activos financeiros do banco estatal.

A sociedade anónima de capitais públicos Recredit foi criada enquanto participada a 100% pelo Ministério das Finanças, tendo sido apelidada pela imprensa local como uma espécie de “banco mau” do BPC.

São accionistas do banco o Estado angolano, representado pelo Ministério das Finanças, o Instituto Nacional de Segurança Social e a Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas.

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